Em apenas alguns meses, a pandemia de coronavírus alterou o dia a dia das pessoas no mundo todo. O impacto econômico do vírus levou a novas categorizações de trabalhadores “essenciais”, uma mudança em larga escala para o trabalho remoto e o aumento do desemprego, que deve continuar aumentando.
E em meio a uma onda de adaptação para o home office, os trabalhadores de escritório abandonaram suas viagens diárias para trabalhar em mesas, sofás e camas da sala de jantar em suas próprias casas. Muitos podem permanecer nessa situação a longo prazo, enquanto as empresas lutam para encontrar um caminho a seguir e se adaptar a esta nova realidade.
Mas que outras mudanças veremos nos próximos meses e anos? E como a tecnologia impactará estas mudanças?
A maioria das reuniões pode ser substituída por e-mail e mensagens instantâneas
Espere que seu calendário de trabalho pós-pandemia contenha menos reuniões presenciais.
A pandemia tem sido um tipo de equalizador digital, onde pessoas que antes não estavam acostumadas a usar ferramentas tecnológicas no local de trabalho não tiveram escolha a não ser se adaptar. E, em muitos casos, estes trabalhadores têm se tornando mais eficientes.
As pessoas têm sido mais pacientes em aprender novas tecnologias e se envolver com elas, simplesmente porque precisam. E essas melhores práticas continuarão.
Para isso, espere uma maneira geralmente mais ágil de trabalhar e se comunicar com os colegas: mais reuniões se tornarão e-mails e mais e-mails se tornarão mensagens instantâneas.
Para os membros da equipe que não trabalham mais juntos em um escritório central, as chamadas telefônicas e as reuniões podem passar para o vídeo. Isso poderia ajudar a criar confiança entre os trabalhadores que não conseguem interagir pessoalmente.
Para isso, ferramentas como o Microsoft TEAMS já estão sendo usadas em larga escala.
O horário de expediente padrão de 8 horas pode se tornar uma coisa do passado
À medida que os profissionais fazem malabarismos com as demandas da vida profissional e doméstica, todos no mesmo local, muitos empregadores adotam regras mais flexíveis sobre o início e o fim das jornadas de trabalho.
Será uma nova abordagem em relação à confiança e ao respeito na maneira como os empregadores gerenciam sua equipe. Com muitos funcionários trabalhando com sucesso em casa, será muito mais difícil para os empregadores negar flexibilidade em relação ao horário e às configurações de trabalho.
A maioria das demandas de escritório podem ser resolvidas remotamente e, com a tecnologia, podemos até mesmo otimizar muitos dos processos.
Para manter um senso de estrutura, empregadores terão que definir as expectativas de quando precisam de todos online para reuniões e outras atividades da equipe. Além disso, para criar um equilíbrio entre tempo de trabalho e tempo pessoal, funcionários e gerentes terão que trabalhar juntos para garantir que ninguém se sinta pressionado a responder a e-mails e mensagens a qualquer hora do dia.
Benefícios de escritório em casa podem se tornar um privilégio comum
Quando o Twitter e a empresa de comércio eletrônico Shopify emitiram pedidos obrigatórios de trabalho em casa para funcionários em março, os dois empregadores forneceram à equipe recursos adicionais para ajudar a facilitar a transição para o trabalho remoto.
No Shopify, os trabalhadores recebiam US $ 1.000 para comprar os suprimentos necessários para os seus escritórios em casa. Enquanto isso, no Twitter, todos os funcionários, incluindo trabalhadores horistas, receberam reembolso por equipamentos, incluindo mesas, cadeiras e almofadas ergonômicas.
Se trabalhar remotamente se tornar a norma, os subsídios do escritório em casa poderão se tornar um privilégio comum no local de trabalho.
Para que o trabalho remoto seja eficaz, os empregadores terão de fornecer aos funcionários os recursos necessários para serem produtivos. Isso inclui uma pequena bolsa que permitirá que os trabalhadores “personalizem seu espaço da maneira que acharem suficiente”.
Essa flexibilidade remota também permitirá que as empresas economizem dinheiro com o custo indireto da operação de suas instalações.
Pode haver um aumento da demanda tecnológica para suprir um déficit digital
Uma parcela gigantesca da população brasileira ainda não têm acesso à internet. Isso significa que milhões de trabalhadores, independentemente do setor, são simplesmente incapazes de trabalhar remotamente.
Embora as conversas sobre o déficit digital ocorram há anos, a pandemia de coronavírus colocou um foco ainda maior nessa lacuna.
Com escolas e escritórios permanecendo fechados, espera-se que uma das principais vantagens dessa situação seja que empresas privadas e o governo vejam a necessidade de aumentar a infraestrutura de banda larga, especialmente se o trabalho remoto se tornar uma opção mais comum para os funcionários.
Soluções temporárias, como colocar o Wi-Fi em ônibus e distribuir pontos de acesso são boas soluções temporárias e absolutamente necessárias. Contudo, a base de uma boa banda larga é a infraestrutura e, para sua otimização, muito tempo e recursos são necessários.